top of page

Cid Lima

  • Foto do escritor: Amanda Guilherme
    Amanda Guilherme
  • 2 de jul.
  • 4 min de leitura

Conheça Cid Lima

Cidade e estado onde vive atualmente: Vitória de Santo Antão - PE| Idade: 43 anos | Pronome: Ele| PCD: Não| Linguagens: Música e poesia

🔗 Rede social/site/portfólio: Instagram: @arcadianos_oficial

ree

Como a arte entrou na sua vida?

A arte entrou na minha vida de forma natural, através da minha mãe. Ela sempre foi muito musical e trouxe discos que marcaram minha infância — Roberto Carlos, Luiz Gonzaga, Chico Buarque. Mas quando ela apareceu com o disco ao vivo do RPM tudo mudou. O rock me fisgou ali, e nunca mais larguei. Mais tarde, descobri também que ela escrevia seus sonhos. Isso me inspirou a escrever também — não sonhos, mas rabiscos, pensamentos e poemas. A arte sempre esteve por perto, como se fizesse parte da minha rotina mesmo sem eu perceber.


Quem é você além da sua arte?

Sou filho, sou pai, alguém que valoriza as raízes e a memória, a família e os amigos. Carrego comigo a sensibilidade herdada dos meus pais, que me ensinaram a ouvir, sentir e expressar. Gosto do silêncio e do barulho com sentido. Sou curioso, sempre tentando entender o porquê das coisas. Sou alguém que acredita na força das conexões verdadeiras, que valoriza a lealdade e o companheirismo. Além da arte, sou alguém que busca sentido nas pequenas coisas e que não se conforma com o superficial.Sou calado, quieto, inquieto, mas também paciente com o tempo das coisas.Carrego o desejo de transformar, de deixar algo que vá além do entretenimento — algo que toque, que fique, que viva. No fim, sou alguém que está sempre em busca — não só de acordes e palavras, mas de experiências que me façam sentir vivo e conectado com o que é real.

Conte seu processo de produção ou criativo

Meu processo criativo é muito intuitivo e vem de momentos específicos, coisas vividas. Às vezes nasce de um sentimento guardado, outras de uma simples melodia. Já aconteceu de uma letra surgir em 30 minutos, num processo quase automático, como se a música já existisse e só precisasse ser escrita. Geralmente eu escrevo primeiro as letras. Atualmente gosto de experimentar, de sentir o ritmo e deixar que ele conduza a letra. Tenho um lado muito poético e costumo escrever com esse cuidado, buscando sempre uma musicalidade que me represente — tanto nas palavras quanto nos acordes. E sempre tento fechar minhas músicas e poesias com um final feliz.

ree

O que inspira o seu trabalho hoje?

Hoje, minha inspiração vem da vontade de criar algo que dialogue com a nossa terra, com a nossa rica cultura pernambucana, mas que também leve isso além. Me inspira a mistura — o rock com o manguebeat junto do som clássico, o urbano com o interior. Me inspira também a resistência de ser artista independente no Brasil, e o desejo de deixar um legado, de marcar uma geração com uma música que tenha identidade e verdade, como uma forma de me tornar imortal.


Você sente que sua arte é bem recebida ou ainda não cabe nos espaços?

Acredito que a recepção é positiva por parte de quem se permite escutar com atenção, mas ao mesmo tempo percebo que ainda existem barreiras. Muitos espaços estão tomados por fórmulas já consolidadas, por tendências do momento, e isso dificulta pra quem faz um som mais autoral, misturado, fora do padrão. Ainda assim, sinto que há um público cada vez mais aberto, e é por esse caminho que seguimos: conquistando espaço pela força do som e da palavra.


Que temas, sensações ou ideias você repete nas suas obras? Por quê?

Falo sobre diversos temas, sobre resistência, transformação, liberdade, política, sociedade e pertencimento. São temas que me atravessam. Também repito a ideia da mistura — de não ser só uma coisa, mas várias, como a vida é. A poesia também está sempre presente, porque é como eu aprendi a sentir o mundo. Essas repetições não são planejadas, mas são marcas que vêm da minha vivência, do que carrego como essência.


Quais são os seus maiores sonhos como artista? E seus maiores medos?

Meu maior sonho é que minha arte seja ouvida, sentida e que chegue longe — que toque pessoas que nunca vi, que sobreviva ao tempo. Sonho também com a valorização da nossa cultura, com mais espaço pra artistas como eu. Meu maior medo talvez seja cair na frustração, na sensação de que não consegui tudo o que queria por falta de espaço, incentivo ou tempo e parar. Mas sigo tentando transformar o medo em movimento.



Sua relação com a inteligência artificial

Neutra, ela veio para ficar, ajuda em muitos casos, prejudica em outros.


Do que você mais se orgulha na sua caminhada artística?

Me orgulho de ter começado aos poucos, com poucos recursos e muita vontade. De ter aprendido a tocar sozinho, de ter transformado histórias em poesias, de ter feito arte, de ter transformado sentimentos em músicas, de ter conhecido pessoas com dons maravilhosos e puder criar vínculos de irmãos com os músicos da banda. Me orgulho também de ter criado a Banda Arcadianos e de ver que nosso som tem identidade, tem alma, e segue crescendo com cada passo.

ree

O que você gostaria que as pessoas entendessem sobre artistas independentes?

Gostaria que as pessoas entendessem que ser artista independente é lutar todos os dias — não só pela arte, mas por espaço, visibilidade, estrutura e dignidade. A gente faz tudo: cria, produz, divulga, organiza. É um corre imenso, mas cheio de paixão e amor. O apoio do público, mesmo que pequeno, é o que mantém tudo vivo. Cada play, cada elogio, cada presença num show faz uma diferença gigantesca.

Posts recentes

Ver tudo

Comentários


bottom of page